Tiana, a primeira Princesa Negra da Disney.
Pesquisa realizada numa escola pública de Brasilia, publicada na Revista Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 42, n. 2, pp. 197-205, abr./jun. 2011.
Método:
Método:
Consistia em investigar interações entre meninas negras e brancas, na faixa etária de 9 a 11 anos.
Ocorreu após a pesquisadora distribuir, de forma proposital, uma boneca para cada menina, etnicamente trocadas.
- A boneca negra foi oferecida à Vivian e Helen (brancas), e elas recusaram.
- Após insistência da pesquisadora, Helen aceitou a boneca negra.
- Vivian ficou com a boneca de cabelos castanhos.
- Paula (negra) ficou com a boneca oriental.
- Leila (negra) pediu para ficar com a boneca loira, e alegrou-se ao recebê-la.
As meninas, então, iniciaram a brincadeira livre.
O momento de distribuição das bonecas já deu uma idéia da preferência de cada menina, e registrados os diálogos entre elas, ao comparar as bonecas e relacionarem as características das bonecas com as suas próprias, a pesquisadora observou o seguinte:
(1) Que existiu uma invisibilidade da boneca negra para todas as meninas;
(2) Para as meninas negras, esta invisibilidade pode ser estendida a características próprias;
(3) O caso de Leila (negra) demonstra que além da invisibilidade de características de sua própria etnia, coexiste a valorização excessiva de características caucasianas, atingindo seu ápice com a perspectiva futura de anular as características pessoais para adquirir artificialmente um “cabelo loiro”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Destacamos que episódios similares a este foram observados e relatados nas diversas etapas da pesquisa, sempre na direção da desvalorização da negritude. A desvalorização, por todas as meninas, de características típicas da população negra, mostra o quanto é difícil para a criança negra construir uma noção de pertencimento étnico-racial positiva e, com isso, um saudável desenvolvimento e constituição de self (Oliveira, 1994).
Os padrões de beleza dominantes, impregnados de preconceito contra as características negras e de supervalorização das brancas, canalizam culturalmente as interações nos processos de socialização infantil.
A trajetória de desenvolvimento moral das crianças aponta para a manutenção do racismo velado, e não para a erradicação do preconceito étnico-racial, já explícito na fase infantil, e com impacto mais devastador para as crianças negras (Freire, 2008; Oliveira, 1994).
A trajetória de desenvolvimento moral das crianças aponta para a manutenção do racismo velado, e não para a erradicação do preconceito étnico-racial, já explícito na fase infantil, e com impacto mais devastador para as crianças negras (Freire, 2008; Oliveira, 1994).
Leia neste link o conteúdo na íntegra
A beleza negra é exuberante, nada tem de discreta ou passiva.
Em suas veias corre o sangue de uma gente sofrida que resiste à opressão dominante com trabalho e com garra. O sangue de uma gente festeira, que dança, que produz arte, que acolhe, e que tem o sorriso mais branco e alegre do Planeta.
Em homenagem às Mulheres, fiz este vídeo.
Marcelli, que linda homenagem. Eu agradeço pela sensibilidade e clareza, precisamos de mais escritoras como você, bem informadas e sensíveis. Parabéns pela escrita.
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